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CAPÍTULO 8 - O festival cultural com você

Atualizado: 5 de set.

O festival cultural estava em pleno andamento. A escola fervilhava de entusiasmo enquanto alunos e visitantes passeavam pela escola. Bananas com chocolate era o lanches preferido das pessoas, enquanto conversas animadas sobre as atrações do festival enchiam o ar. A energia contagiante era a essência de uma celebração animada.

— Nosso estande está incrível — murmurei, com uma sensação de satisfação tomando conta de mim.

Do corredor, observei a criação da nossa turma. O ponto focal era uma placa de madeira de quase dois metros de altura, montada com cuidado e envernizada com perfeição. Ela proclamava orgulhosamente nosso tema, Café Takoyaki ao Estilo Japonês, e parecia incrivelmente profissional.

— O nome é um pouco direto, não é? — ri.

— Akasaki-kun escolheu sozinho antes mesmo de discutirmos! — respondeu Fudehashi-san, com seu sorriso brilhante de sempre.

Nossos preparativos para o festival nos aproximaram e eu apreciava sua natureza alegre e aberta.

— Mas todos trabalharam muito! Estou muito feliz que tenha ficado bom.

— Concordo, todos fizeram um trabalho fantástico — eu disse.

Embora inicialmente eu não tivesse planejado uma exibição tão grandiosa, a determinação dos meus colegas transformou nosso estande em uma casa de chá do período Edo da qual podíamos nos orgulhar. A impressionante placa era apenas o começo, POIS tínhamos beirais revestidos com azulejos, um noren tradicional e um tapete vermelho acolhedor para dar o tom. No interior, papel de parede com textura de madeira, persianas de bambu, lanternas e decorações de bom gosto completavam o ambiente.

— Está certamente lotado — comentei.

Um cozinheiro com uma faixa na cabeça virava habilmente takoyaki, enquanto garçons vestidos com quimonos atendiam ao fluxo interminável de clientes.

— Niihama-kun estava certo! Nosso cardápio à base de farinha e aquele takoyaki russo super arriscado são um sucesso! Os jogos realmente funcionam em festivais — observou Fudehashi-san.

— Parece um pouco exagerado, mas é um bom “problema” para se ter — admiti.

— Com certeza! Ah, a propósito, a namorada de Tsukamoto-kun tropeçou e ralou o joelho. Então ele está na enfermaria com ela, e Yamahira-kun está cobrindo o turno dele — ela me atualizou.

— Entendi. Espero que não seja nada sério e que ele volte logo para aproveitar o festival — eu disse.

Tsukamoto estava preocupado com isso desde a fase de preparação. Como um ex-adulto, espero que ele possa deixar para trás belas lembranças de sua juventude. No festival cultural, toda a ideia de um encontro no festival parecia uma cena saída diretamente de um mangá, invejável e reservada apenas para alguns poucos sortudos.

— Parece que toda a escola ganhou vida — eu disse com um toque de melancolia — Nos mangás ou animes, caminhar pelo festival com uma garota de quem você gosta parece tão fácil... mas, na realidade, é o tipo de sonho que sempre parece fora de alcance.

— Ah, e tem mais uma coisa sobre o trabalho! A Kazamihara-san pediu para você ajudar depois do seu turno — disse Fudehashi-san, com uma leve ruga se formando entre as sobrancelhas.

— Trabalho extra fora do meu turno? O que é isso? — perguntei, com a curiosidade despertada.

— Eu também perguntei, mas ela só me deu uma resposta vaga, dizendo que era um “agradecimento”. De qualquer forma, ela quer que você encontre outro colega de classe no hall de entrada para saber mais detalhes — explicou ela.

— Bem, isso é enigmático. Acho que vou dar uma passada por lá então — eu disse, ainda mais confuso do que antes.

— Parece importante — respondeu ela, com um tom de diversão na voz.

Sem escolha a não ser ir, agradeci a Fudehashi-san e desci as escadas.

O que isso pode ser?

***

Quando entrei na sala bem iluminada, uma voz familiar ecoou.

— Niihama-kun! Aqui!

— Shijoin-san?

Eu congelei.

Lá estava ela, uma imagem de pura graça em seu yukata. O yukata rosa pálido com estampas de flores de cerejeira, combinado com um obi azul-marinho e branco, dava-lhe um ar gracioso e refinado. Seu cabelo estava preso em um coque solto, com um único grampo em forma de glicínia revelando a delicada linha de seu pescoço.

Ela era de tirar o fôlego e a visão dela me atingiu com tanta força que meus olhos começaram a arder.

— Minha mãe insistiu que eu usasse este yukata da coleção dela quando eu contei a ela sobre o festival. Você gostou? — ela perguntou, com um sorriso brincalhão nos lábios.

— É lindo… — eu sussurrei, mas antes que pudesse me conter, as palavras saíram — Você está linda... eh?

A percepção do meu erro me atingiu como uma onda e o sangue subiu para o meu rosto.

Droga, ela é bonita demais. Não consigo lidar com isso.

— Ah, hmm... O-o-obrigada — ela gaguejou, com as bochechas corando.

O rosto de Shijoin-san, já corado pela atenção, ficou ainda mais rosado com minha frase boba e involuntária.

Desculpe, Shijoin-san, até seu constrangimento é adorável.

— Então, me disseram para vir ajudar em algo, — eu disse, tentando mudar o foco — mas você também está envolvida, Shijoin-san?

— Sim! Devemos carregar esses cartazes e promover o Café Takoyaki!

Ela ergueu seu cartaz, um anúncio simples que dizia: “Café Takoyaki ao estilo japonês da turma 2-C! Cinco sabores! Disponível para viagem!”

Então era por isso que a multidão estava tão grande antes. Shijoin-san está aqui com esse cartaz…

Não era de se admirar que todos fossem atraídos por sua beleza, ela era um ímã de atenção. Era uma propaganda clássica: Use um rosto bonito e o produto se vende sozinho.

— Espera, promover juntos... só nós dois?

— Sim! Devemos andar pela escola e até mesmo entrar nas salas de aula onde as coisas estão acontecendo e fazer nossa propaganda!

Mas espere... Shijoin-san e eu, vagando pelo festival, conferindo as barracas? Isso não é... tipo um encontro!?

— Ah, e Kazamihara-san me pediu para lhe dar isto — Shijoin-san me entregou uma carta dobrada

O quê?!

Com o coração batendo forte, eu a desdobrei.

Você se encontrou com Shijoin-san?

Sim, como você adivinhou, é um encontro no festival. Um agradecimento por salvar nosso projeto do completo desastre. Então esqueça a divulgação, apenas divirtam-se.


Espere, o que diabos é isso?

Achei que vocês dois pareciam próximos ultimamente, ainda mais depois de vê-los estudando juntos. Não sei como estão as coisas entre vocês, mas se estão transmitindo essas vibrações, um pequeno encontro pode ser o empurrão que precisam, certo? E aquela ida às compras? Também foi ideia minha

Nossas sessões de estudo estavam sendo observadas? E aquela ida às compras também foi encenada?

Então considere este ‘trabalho’ meu presente para vocês. Aproveitem e divirtam-se. Como membro do comitê executivo, posso até  não ser muito boa, mas como Cupido do Amor, não sou demais?

A carta terminava aí.

Que absurdo era esse de Cupido?  Nós nem estamos namorando.

Mil coisas passaram pela minha cabeça, mas no fundo...

Sinceramente, estou muito feliz por isso.

Só de andar aqui com ela, meu coração já acelera. Vou passar o festival cultural ao lado de Shijoin-san, vendo-a com roupas que ela não costuma usar e curtindo toda a agitação juntos. 

Só de pensar nisso, fico cheio de alegria.

E então, percebi.

O calor no meu peito não era apenas alegria simples. Meu coração batia com uma intensidade que eu nunca havia sentido antes. Por um momento, a estranheza dos meus próprios sentimentos me surpreendeu, mas então eles desapareceram em meio à onda de emoção e eu simplesmente sorri.

— Kazamihara-san, quando você quer… — eu ri — Com você no comando, as coisas sempre são feitas... o que é um grande alívio. Bem, pelo menos eu posso continuar desempenhando meu papel de conselheiro discreto.

Pelo menos na maior parte do tempo. Eu ainda não diria não a um pouco menos de responsabilidade neste projeto...

— A propósito, o que dizia na carta? Disseram para não espiar...

— Ah, sim! Dizia que devíamos trazer o máximo de convidados possível, até mesmo invadir outras exposições com nossos cartazes! Mas lembre-se, temos que agir como convidados para não parecer suspeitos!

— Entendo, essa é realmente uma tarefa importante! Também farei o meu melhor!

Shijoin-san levou minhas palavras ao pé da letra, seus olhos brilhando de expectativa.

Ah, essa inocência...

— Então vamos começar! Quero ver as outras salas e tô afim de experimentar o yakisoba!

Seu entusiasmo era contagiante, seu sorriso deslumbrante enquanto segurava o cartaz. O burburinho festivo desapareceu em segundo plano e tudo o que eu conseguia ver era ela.

— Sim, vamos aproveitar ao máximo.

Juntos, vagamos pelo festival, os cartazes servindo apenas como uma desculpa para aproveitar o momento. Esse dia já estava gravado na minha memória.

***

Cinco bolas do tamanho de bolas de beisebol eram nossas armas contra os alunos vestidos como oni com macacões vermelhos, tangas e máscaras com chifres. O problema? Esses oni realmente se esquivavam.

— Droga, acerte-os!

Tentando causar uma boa impressão para Shijoin-san, arremessei as bolas com toda a força das minhas corridas matinais, mas os oni mascarados se contorciam e dançavam, sem nem mesmo suar.

— Ei, você com a placa! Você errou todas as cinco, está fora!

— Uau, isso é mais difícil do que parece! Será que eles querem mesmo dar prêmios?

A garota que anunciava os resultados não conseguia esconder sua diversão. Mesmo confinados a um pequeno círculo, esses oni eram mestres em esquivar-se.

Quem é que tá por baixo daquelas máscaras?

— Minha vez! Veja como vou vingar você, Niihama-kun!

— Você está realmente empolgada com isso, Shijoin-san.

Apesar de seu elegante yukata, Shijoin-san transbordava uma ânsia infantil de vencer.

Shijoin-san recebeu uma bola da recepcionista e um “Hmm” determinado escapou de seus lábios enquanto ela se preparava para arremessar. Mirando, ela lançou a bola com toda a sua força.

Aaaaaa... essa vai longe. A bola passou muito acima da cabeça do oni... O quê!?

A bola estava muito alta. Mesmo antes de lançá-la, Shijoin-san sabia que seria um erro, mas então, em uma reviravolta surpreendente, o oni mascarado fez o inesperado: ele saltou. Com um baque satisfatório, a bola de Shijoin-san acertou-o bem no rosto.

— Um acerto! A senpai vestida com yukata marca na primeira tentativa! Espera... ele pulou de propósito?

A voz perplexa do locutor atraiu uma multidão. O oni cruzou os braços silenciosamente e desviou o olhar, um suspiro escapando de sua máscara.

Esse cara… desviando de tudo que eu joguei, mas só foi Shijoin-san querer participar e ele leva a bola de propósito...

Honestamente, eu não podia culpá-lo. Se uma garota bonita vestida com um yukata jogasse uma bola em mim, duvido que eu desviasse também.

— Diante de você, Niihama-kun, está uma atiradora nata! Talvez essa seja minha vocação!

Shijoin-san arremessou o resto das bolas, cada uma voando mais descontroladamente que a anterior, no entanto, de alguma forma, o oni mergulhou, girou e até saltou em direção a elas, como um ímã humano para projéteis leves.

Desse jeito, você poderia ser o goleiro da seleção...

— Yukata-senpai, cinco acertos... Vamos lá, oni, pare de pegar leve com ela só porque ela é bonita! Estamos ficando sem prêmios!

A locutora, exasperada, avançou e agarrou o oni pelos ombros. Seguiu-se uma briga hilária.

***

 Shijoin-san riu com vontade.

— Foi tão divertido! Os jogos dos festivais são os melhores, não são?

Ela transbordava de entusiasmo, suas palavras saindo rapidamente. Desde que começamos nossa “turnê promocional” pela escola, sua energia era contagiante.

É adorável vê-la agir como uma criança feliz. É como um cachorrinho solto da coleira.

No “Water Play World”, ela ficou completamente viciada em pegar aqueles ioiôs aquáticos. Durante o quiz show, ela apertou o botão na velocidade da luz, determinada a vencer e na exposição de esculturas de papelão, ela estava igualmente animada.

— Niihama-kun! Olha! Um Valvrave!

Seu entusiasmo ao confundir o clássico Gundam lhe rendeu uma correção gentil dos criadores divertidos.

— Também é incrível, mesmo que não seja ele!

E, mesmo com toda essa bobagem, ela nunca esqueceu seu dever.

O cartaz permaneceu erguido, como uma promoção para o nosso Takoyaki Café, em meio à diversão. Isso era Shijoin-san.

Mas e quanto a mim?

Bem, eu estava nas nuvens. Simplesmente passear pelo festival com ela era um sonho que se tornara realidade e vê-la tão feliz e despreocupada era embriagador.

A energia vibrante do festival girava ao nosso redor, amplificando minha alegria.

— Niihama-kun! Ali! Vamos lá! — seu próximo alvo era uma placa anunciando um planetário totalmente feito à mão.

***

— É menor do que eu imaginava… — disse Shijoin-san.

— Ah, sim... Bem, afinal é uma cúpula feita à mão — respondi, enquanto éramos conduzidos para dentro da cúpula semiesférica do planetário, construída dentro de uma sala de aula, por um aluno na recepção.

— Hmm? Só vocês dois? Bem , está tendo um evento no ginásio agora, por isso está bastante vazio. Podem ficar com o lugar só para vocês.

No interior, as cadeiras eram baixas e o teto improvisado mal dava altura para ficar de pé. Parecia que Shijoin-san e eu estávamos enfiados dentro de uma pequena tenda.

Uau, nossos ombros se tocaram! E há um perfume muito agradável vindo dela.

De repente, uma voz do lado de fora deu início ao show.

— O show está começando!

A sala mergulhou na escuridão, depois explodiu em um fantástico céu estrelado.

— Uau! É tão bonito! — Shijoin-san suspirou, sua voz cheia de admiração.

O projetor era claramente feito à mão, mas as estrelas brilhavam com contornos nítidos. A cúpula em si também era cuidadosamente curvada, exibindo a imagem lindamente.

Alguém realmente se dedicou a isso.

— É incrível... Tão bonito... É inacreditável que isso seja feito à mão. — a voz de Shijoin-san estava cheia de admiração, e eu sentia o mesmo.

Claro, faltava o polimento de um planetário de museu, mas considerando que era um projeto de ensino médio, o céu estrelado brilhava com um brilho inesperado, uma prova da dedicação deles.

— Lindo, como a luz da juventude — as palavras escaparam.

Soou como algo que um velho diria, para meu constrangimento.

Os alunos que fizeram isso devem ter trabalhado incansavelmente. Irradiava o tipo de energia vibrante que perdemos quando adultos. Cada estrela brilhante parecia imbuída do potencial inquieto da juventude.

— O que foi, Niihama-kun? — ainda cativada pelas luzes cintilantes, Shijoin-san se inclinou para mais perto — Às vezes você parece um velho, mas ainda estamos no ensino médio. Podemos ser qualquer coisa e ir a qualquer lugar, certo?

— É mesmo? — perguntei em voz alta.

Com o conhecimento da minha vida passada contra a juventude física de um estudante do ensino médio, eu estava indo bem, mas uma dúvida persistente permanecia.

Eu realmente posso mudar o futuro para o qual estava indo novamente?

— Não faça essa cara — disse Shijoin-san, com o rosto tão perto que parecia íntimo — Não foi você quem me ensinou que podemos mudar o futuro tentando?

— Eu?

— Nosso projeto... se tivéssemos continuado com aquelas reuniões chatas, nunca teria se tornado algo tão incrível. A turma inteira não estaria tão animada. Você mudou isso, Niihama-kun — disse ela, fazendo sentir seu hálito contra minha pele — Fiquei emocionada. Em vez de apenas seguir a corrente, você pressionou por mudanças e funcionou. Pode parecer simples, mas você me mostrou um exemplo real disso.

— Eu mudei o futuro...

— Sim! Esse é o seu poder, Niihama-kun! Então, não entendo por que você está duvidando de si mesmo. Se anima! E se precisar de alguém para animá-lo… — ela sorriu — estou aqui.

— Shijoin-san...

A simples gentileza de suas palavras foi como um bálsamo. A ansiedade que eu sentia momentos atrás parecia ter desaparecido.

— Não se esqueça — ela continuou, sua voz assumindo um tom mais pensativo — não foi apenas o futuro do projeto que mudou. Nós também mudamos.

— O que você quer dizer?

— Estou me divertindo muito hoje. Se nossa turma ainda estivesse uma bagunça, eu não estaria tão despreocupada. Então, deixe-me agradecer novamente.

Nossos olhos se encontraram e suas palavras foram ditas suavemente.

— Obrigada, Niihama-kun, por tornar meu festival especial.

A garota de yukata rosa sorriu sob aquelas estrelas feitas à mão. Eu não conseguia desviar o olhar. Algo dentro de mim se desfez, uma barreira se dissolveu. Não era apenas admiração, era um sentimento novo e poderoso tomou conta de mim.

Ela era absolutamente cativante, ofuscando todas as estrelas do céu. Tudo o que eu conseguia fazer era olhar para ela.

***

Depois do planetário, compramos yakisoba no pátio.

— Hmm… Esse yakisoba está delicioso! O tempero de curry está na medida certa!

— É, está muito bom... foi bem pensado.

O dia inteiro está sendo uma surpresa agradável, primeiro o planetário e agora isso!?

O sabor forte do bacon do yakisoba, habilmente misturado com temperos, estava simplesmente delicioso. Ver a inovação nesses pratos me fez apreciar o entusiasmo dos alunos do ensino médio e foi realmente emocionante.

— A propósito, você disse que precisava comer yakisoba. É sua comida favorita, Shijoin-san?

— Meu pai e eu adoramos! Meu avô, porém... bem… ele odeia isso. Ele está sempre repreendendo meu pai dizendo “Não dê esse tipo de comida para Haruka!”

O avô de Shijoin-san... será que ele é o atual chefe da família Shijoin?

— Meu pai às vezes gritava “Bobagem!” ou “Deixe aquele velho com sua colher de prata engasgar com seu fígado de pombo francês chique e entupir suas artérias!”. Eles discutiam assim por horas.

— Uau, ele não tem medo de dizer o que pensa!

O pai de Shijoin-san, Tokimune Shijoin, era um exemplo de sucesso conquistado com esforço próprio. Ele saiu de um emprego em uma livraria para se casar com uma família prestigiada e agora revitaliza os negócios deles.

Pelo que parece, ele é um queridinho da mídia e uma pessoa de enorme influência.

Casando-se com prestígio, Tokimune não se contentou apenas com o nome da família. Ele se transformou no salvador dos negócios dos Shijoin, dando nova vida às empresas em dificuldades. Agora, ele era um “super presidente”, um homem cujo passado como plebeu só aumentava a intriga.

Sua disposição de enfrentar o chefe da família Shijoin diz muito sobre sua força. Vindo de uma origem de funcionário público, é difícil imaginar seu mundo.

Ele claramente tinha padrões elevados. A maneira como ele ficou chateado com as notas de Shijoin-san mostrou o quão rigoroso ele podia ser, mas a maneira como ela falava sobre ele não demonstrava medo. Só isso já era um alívio.

— Eu adoro comer yakisoba em festivais!

Seus olhos brilhavam enquanto ela saboreava o yakisoba, uma explosão de alegria irrestrita.

— Não há nada melhor do que essa atmosfera, certo? Mesmo que eu fizesse o yakisoba perfeito em casa, não seria nem metade disso, mas com você aqui — ela sorriu — fica ainda mais gostoso!

Ah, a comida realmente mudava dependendo do seu humor. Lembrei-me da primeira vez que comi a comida da minha mãe nesta vida. Achei que era a melhor coisa que já tinha comido e acabei chorando, a pobre mulher não sabia o que pensar.

— Mas você realmente adora festivais, não é, Shijoin-san? Você estava tão animada enquanto passeávamos pelas barracas.

— Eu estava? Do que você está falando? — ela inclinou a cabeça, confusa.

— Ah, então não foi você quem sugeriu que experimentássemos todos os yakisoba que víssemos?

Um sorriso brincalhão se formou nos meus lábios. Pensando bem, eu estava tão animado quanto ela.

— Ah! Agora que você mencionou… — seus olhos se arregalaram — Acho que estava bem animada hoje!

— Sério? Você não percebeu o quanto estava animada? Você parecia uma criança numa loja de doces!

— Essa é a parte mais estranha — ela refletiu — Foi incrível, com certeza, mas acordei me sentindo completamente calma. Então, do nada, meu coração começou a dar cambalhotas no peito...

Shijoin-san fez uma pausa, então percebeu.

— Ah! É porque estou passeando pelo festival com você, Niihama-kun! Só de estar com você já me deixa feliz!

Suas palavras caíram como um soco alegre.

— Pensando bem, este é meu primeiro festival com um amigo! É vergonhoso, mas não consigo parar de sorrir!

— Primeira vez? Sério? — eu soltei, surpreso com a alegre admissão de Shijoin-san.

Agora que ela mencionou isso... Eu nunca a tinha visto com amigos próximos.

— E é ainda melhor porque hoje eu tenho você só para mim. Você tem estado tão ocupado com as tarefas da turma que eu estava ficando um pouco solitária… — eu engasguei com meu próprio suspiro ao ouvir seu comentário bombástico.

Qual foi?! Se você continuar dizendo coisas assim com um coração tão puro...

— Foi ótimo ver você sendo reconhecido por todos... mas, com você tão ocupado, nossas sessões de estudo ficaram mais curtas. Até mesmo nossa ida às compras foi basicamente conversa sobre trabalho — Shijoin-san falou sem qualquer constrangimento — É por isso que estou tão feliz por caminhar com você hoje, só para conversar! Isso faz meu coração pular!

Seu sorriso radiante quase me cegou e minha pobre mente estava completamente destruída por aquela visão.

— Uh... hã…

— O que há de errado, Niihama-kun? Estou sendo estranha?

Estranho é pouco! Como ela pode estar tão tranquila? Será que consigo competir com isso? Estou tão em desvantagem...

Primeiro, aquelas palavras gentis no planetário e agora uma investida emocional entregue com a mesma honestidade inocente. Ela era imbatível, mas ela tinha dito tudo isso na minha cara. Apesar da minha cabeça estar confusa, eu precisava encontrar as palavras certas para responder.

— Eu... também fiquei feliz — eu confessei e Shijoin-san piscou, surpresa.

— Honestamente, os festivais sempre foram algo que eu só via passando. Eu nunca fui do tipo que criava algo ou se divertia totalmente neles.

E eu sempre achei que aquele tipo de juventude apaixonada não era para mim…

— Mas você me envolveu, Shijoin-san, e tudo parecia mais brilhante do que nunca. Andar com você... foi emocionante. Eu também estava animado.

Isso não era nada para agradar à ela. Esse tempo que passei com Shijoin-san parecia aqueles momentos idealizados que você lembra no leito de morte, um sonho que eu ansiava. Meu coração batia forte com uma emoção que eu mal conseguia nomear.

— Obrigado. O festival com você foi incrível.

— Niihama-kun… — ao ouvir minha sinceridade, Shijoin-san gentilmente pressionou a mão contra o peito — É engraçado. Você dizer isso me enche de ainda mais alegria. Hoje realmente foi incrível.

— Sim, nada além de alegria.

Nós rimos, quase em uníssono, nossa risada se misturando com o burburinho ao redor.

Algo na energia do festival me tirou do meu humor habitual. Eu me vi envolvido por uma onda de emoção genuína, uma euforia que nunca havia experimentado antes. Música tocava no ginásio, alguém gritava sobre uma exposição e, para onde quer que se olhasse, as pessoas estavam comendo, rindo e simplesmente se divertindo.

Presos no momento, todos nós caímos na gargalhada. Era simplesmente bom compartilhar aquele tipo de alegria.

***

— Uau, isso passou rápido... Tenho que voltar para o meu turno.

Depois de comer nosso yakisoba, percebemos como estava tarde e fomos para a sala.

— Certo, eu também. É triste que esteja acabando, mas isso encerra nossa pequena turnê promocional.

Quase me esqueci... tudo isso foi uma desculpa para divulgar nosso projeto.

— Bem, então é melhor eu ir pegar minha fantasia e...

— Encontrei você! Aí está você, Niihama-kun! — uma voz em pânico nos interrompeu

— Hã? O que está acontecendo?

— Fudehashi-san?

Fudehashi-san parecia prestes a chorar, frenética e exausta.

— Nossa turma... nosso projeto está...

Ah não, essas palavras...

Tive uma premonição repentina e terrível. Isso me lembrou muito um supervisor da minha vida anterior, em pânico depois que todos os novos recrutas pediram demissão de uma vez.

Fudehashi-san engasgou com lágrimas enquanto implorava:

— Nosso projeto da turma está em apuros! Por favor, venha ajudar!

Seja lá o que tivesse acontecido, era claramente uma crise. Não havia como eu ignorar aquela expressão em seu rosto.

— Tudo bem, me leve até lá! — eu disse sem hesitar.

Fudehashi-san se virou e correu em direção à nossa sala. Uma descarga de adrenalina tomou conta de mim. O festival havia dado uma guinada dramática, mas não importava o que estivesse por vir, eu estava pronto.

Tudo pelo que havíamos trabalhado estava em jogo, e eu não deixaria que fracassasse.




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